segunda-feira, 23 de outubro de 2023

A Jornada da Pedagogia: Das Raízes Ancestrais à Vanguarda Neurocientífica


Por Professor Cleidson Granjeiro

 1- Aristóteles e o Método Dialético

  Aristóteles, um dos pilares da filosofia ocidental, trouxe à tona a natureza inquisitiva do aprendizado. Seu método dialético não se baseava apenas na transmissão de informações, mas na arte de fazer perguntas, permitindo que os alunos explorassem as profundezas de seu próprio entendimento. Em sua obra Nicomachean Ethics, ele argumenta que o conhecimento não é apenas uma posse, mas uma jornada, algo que se deve buscar continuamente.

Santo Tomás de Aquino e a Sabedoria Bíblica

 O legado de Santo Tomás de Aquino reflete uma síntese harmoniosa entre a fé e a razão. Ele via a busca do conhecimento como uma extensão da busca espiritual. Aquino, inspirando-se no Livro de Provérbios, que afirma que "o início da sabedoria é o temor do Senhor", entendeu que a educação era uma vocação divina. Em suas reflexões, ele frequentemente aludia a Eclesiástico 6:18, ilustrando a jornada contínua da sabedoria, que se estende desde a juventude até os cabelos grisalhos.

Neurociência e o Cérebro Aprendiz

  Com o advento da tecnologia de imagem cerebral, a neurociência moderna tem revelado os segredos do cérebro como nunca antes. Dr. John Medina, em Brain Rules, e Dr. Norman Doidge, em The Brain That Changes Itself, ambos exploram a neuroplasticidade, mostrando que o cérebro não é uma entidade estática, mas um órgão em constante adaptação. Este fenômeno reforça a ideia de que o aprendizado é uma jornada vitalícia. A neurociência também destaca a importância da interatividade, do engajamento e da relevância na aprendizagem, validando abordagens pedagógicas que têm suas raízes na antiguidade.

Pedagogia: Um Mosaico de Perspectivas

A pedagogia não é uma entidade monolítica; ela é um mosaico, enriquecido por diversas tradições e descobertas. Desde as perguntas socráticas da Grécia Antiga até os insights neurocientíficos contemporâneos, cada contribuição molda nossa compreensão do que significa ensinar e aprender. E enquanto os contextos podem mudar, o núcleo permanece constante: a busca ininterrupta pelo conhecimento, seja ela alimentada pela curiosidade humana, pelo desejo divino de sabedoria ou pela neurobiologia do cérebro humano.

2- A Magia da Leitura e o Fascinante Cérebro Leitor

A Leitura e sua Implicação Cognitiva

A leitura não é apenas um mero processo de decodificação de símbolos. Ela é uma interação complexa que envolve compreensão, imaginação e até mesmo a capacidade de se colocar no lugar de personagens fictícios. Ler enriquece nosso vocabulário, amplia horizontes e fomenta empatia, permitindo que viajemos sem sair do lugar.

Neurociência da Leitura

Quando lemos, o cérebro não apenas processa informações visuais e linguísticas. Existem áreas como o córtex pré-frontal que se ativam para o entendimento mais profundo e análise crítica. Também a área de Broca, que lida com a produção de linguagem, é ativada, sugerindo uma íntima relação entre leitura e fala.

Técnicas e Estratégias Neuropedagógicas

Repetição Espaçada: Esta estratégia se aproveita do modo como nosso cérebro tende a reter informações que são revisadas periodicamente.

Narrativa e Associação: Ao contextualizar uma informação dentro de uma história, nosso cérebro consegue criar conexões mais fortes e duradouras. Daí o poder das metáforas e analogias no ensino.

Multimodalidade: Além da visualização, a combinação de estímulos auditivos e táteis pode enriquecer a experiência de aprendizado. Por exemplo, ler em voz alta ou tocar em objetos relacionados ao texto pode potencializar a retenção.

Mindfulness na Leitura: Incentivar a leitura atenta, onde o aluno está plenamente presente no momento, pode aumentar a compreensão e a absorção do conteúdo.

    Integridade na Profissão Docente: Reflexos nas Escrituras e em Nossos Neurônios:

Integridade e a Bíblia

A Bíblia, em diversos versículos, enfatiza a importância da honestidade, justiça e integridade. Em Provérbios 10:9, é dito: "Quem anda na integridade anda seguro, mas quem perverte os seus caminhos será descoberto". Isso ressalta que a integridade não é apenas uma virtude, mas um pilar de uma vida bem vivida.

Neurociência e Moralidade

Decisões morais e éticas envolvem o córtex pré-frontal ventromedial, uma área do cérebro que é essencial para a avaliação de consequências e ponderação de escolhas. Esta área trabalha em conjunto com a amígdala, responsável por nossas emoções. Juntas, elas nos ajudam a avaliar situações e tomar decisões éticas.

Conclusão:

A pedagogia, ao longo dos séculos, incorporou sabedoria de fontes diversas, desde as escrituras antigas até as descobertas da neurociência moderna. Esta fusão de conhecimento antigo e novo é essencial para uma educação verdadeiramente holística e enriquecedora.

3- Integridade na Profissão Docente: Ecoando Valores Bíblicos e Descobertas Neurocientíficas

Ecoando Valores Bíblicos na Educação: A integridade, como descrito em Tito 2:7, "Em tudo te dá por modelo de boas obras", vai além de uma simples virtude. Trata-se de uma diretriz que guia o educador em sua missão diária. Além disso, o Salmo 78:72 ressalta que o rei Davi, como um líder, pastoreou com integridade de coração. Este exemplo nos mostra a importância de liderar e ensinar com sinceridade e retidão.

O Compromisso do Educador e a Influência Duradoura: O educador não é apenas um transmissor de informações. Ele é uma figura influente que tem o poder de moldar caráteres, valores e visões de mundo. Quando age com integridade, sua influência pode ser positiva e duradoura, inspirando gerações a adotar padrões éticos em suas vidas.

O Cérebro, a Ética e o Impacto da Educação: Neurocientistas, como António Damásio, têm enfatizado que nossas decisões éticas não são meramente racionais, mas estão profundamente enraizadas em nossas emoções e experiências. As áreas do cérebro relacionadas à empatia, julgamento e controle social são ativadas quando tomamos decisões que envolvem questões morais. Este fato destaca a relevância do ambiente educacional em moldar tais processos, pois o ambiente de aprendizagem pode reforçar ou desafiar nossos padrões éticos.

O Papel dos Educadores na Formação de Cidadãos Íntegros: Ao demonstrar integridade em suas ações e ensinamentos, os educadores estabelecem um padrão para seus alunos. A formação de caráter não é apenas uma parte intrínseca do currículo escolar; é essencial para formar cidadãos responsáveis e íntegros que contribuirão positivamente para a sociedade.

Conclusão

     A integridade no campo educacional é uma combinação de valores atemporais, influências contemporâneas e compreensões neurocientíficas. Ao reconhecer a profundidade deste compromisso e integrar esses diversos elementos, os educadores estão não apenas enriquecendo o processo de ensino e aprendizagem, mas também fortalecendo os alicerces de uma sociedade justa e ética.

Referências

Aristóteles. Metafísica.

Santo Tomás de Aquino. Suma Teológica.

Provérbios 1:7. Bíblia Sagrada.

Tito 2:7. Bíblia Sagrada.

Medina, John. Brain Rules: 12 Principles for Surviving and Thriving at Work, Home, and School.

Damásio, António. "O Erro de Descartes".

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